O sonho de morar fora do Brasil, e principalmente nos EUA, é algo que mexe com os sentimentos e as emoções de milhões de brasileiros, pelos mais diversos motivos: ganhar muito dinheiro (em dólar), ter uma vida confortável, ser rico, ter carros de luxo, “se aposentar” com tranquilidade, e passear por lugares maravilhosos (Orlando e a Disney, Miami e suas praias, Nova York, Los Angeles, Las Vegas, os famosos parques nacionais, o Grand Canyon, etc).

Deixa eu te fazer uma pergunta muito sincera e importante: você já se perguntou se o “american dream” é verdadeiro, e possível?

Leia atentamente a história (alegoria) do Rafael e sua familia* (os nomes são fictícios), e perceba se existe algum detalhe que se assemelhe com algo que você viveu, ou está vivendo, exatamente agora.

Rafael (42 anos) é um empresário de uma empresa de médio porte no Brasil. Casado com a Ana (37 anos), pai do Romeu (3 anos), e da Giulia (1 ano e 6 meses). Eles estão esperando mais uma filha, a Maria Eduarda, que vai nascer dentro de 4 meses. Eles moram em São Paulo, em um tradicional bairro de classe média alta.

Ao longo dos últimos 4 a 5 meses, “planejaram” sua mudança (imigração) para os EUA. Nesse período venderam a empresa, a casa, os 2 carros, e depois de quitarem algumas dívidas (da empresa, casa e carros), conseguiram juntar algo entre $50.000,00 a $60.000,00 dólares.

Toda “pesquisa” que fizeram, e todo conhecimento que adquiriram sobre imigração e vida nos EUA, foi através de influenciadores que passaram a acompanhar, que com seus conteúdos e estilo de vida, despertaram e motivaram esse desejo neles.

Os motivos que Rafael e Ana “alimentaram” em seu coração para imigrarem, passaram pelo descontentamento com a politica e economia do Brasil, as dificuldades que seu negócio começou a enfrentar no pós pandemia e que piorou nos últimos 2 anos, qualidade de vida, e o tão sonhado “american dream”. (eu sempre me pergunto… o que exatamente ele significa???)

Decidiram imigrar com visto de turista, pois foi a recomendação dos influenciadores que seguiam, como sendo a melhor e mais fácil opção para “testar” as coisas por aqui, no início. Se mudaram para Orlando em outubro do ano passado.

O início foi mágico. Aproveitaram os primeiros 10 dias para curtirem os parques em familia, pois a última vez que haviam vindo o Romeu tinha apenas 1 ano. Foram a alguns restaurantes que adoram, e se hospedaram em um confortável AIRBNB. Férias em familia merecidas, depois de uns bons anos. Que sensação gostosa e libertadora da realização do SONHO de morar nos EUA.

Após 67 dias, Rafael e Ana, estão bastante preocupados e começando a ficar desesperados, devido a uma sequencia de escolhas e decisões ruins, baseadas em informações falsas, irreais, e erradas, ou ainda na total falta de conhecimento de muitas coisas importantes, como:

• Fizeram o “annual pass” para toda a familia, dos parques (Disney, Universal, e Sea World), e agora têm mensalidades pelos próximos 12 meses;
• Gastaram um bom dinheiro com 3 aplicações de lugares pra morar (não sabiam que cada vez que aplica pagam pra aplicar por pessoa), e ainda tiveram que pagar o “down payment” (3 meses), e mais o primeiro aluguel, da casa que estão morando;
• Perderam muito dinheiro para poderem comprar 2 carros. O “down payment” (entrada) dos 2 carros que compraram (uma Mercedes GLC300, e uma minivan), ficou em mais de $10.000,00 dólares. Além disso, levaram um golpe no primeiro “dealer” (loja de carros) que foram, e perderam 100% do valor da entrada de um carro que estava com a transmissão quebrada. Agora têm um valor mensal de mais de $1900, entre parcelas de financiamento e seguro;
• “Investiram” muito dinheiro mobiliando a casa que alugaram, para ficar “a cara deles” (ficaram deslumbrados com o que viram em várias lojas que foram, e montaram a casa inteira com móveis, utensílios, eletrônicos, e acessórios, muito lindos e aconchegantes);
• Gastarão uma boa quantia com advogado para poder fazer a aplicação da mudança de status do visto de turista para o visto de estudante;
• Vão assumir um custo fixo mensal com a escola onde a Ana vai estudar, para poderem ter o status de estudante;
• Terão um gasto astronômico para poderem pagar todas as despesas médicas do parto (estão angustiados);
• Ainda não sabem o que farão com Romeu (que no Brasil já estava na escolinha), já que aqui ele só pode estudar em escola pública a partir dos 5 anos, e a escolinha privada gera mais um custo fixo considerável;

Em meio a esse cenário caótico que foi sendo criado ao longo dos 67 dias em que estão nos EUA, nesse exato momento eles têm pouco dinheiro na conta, que deve dar no máximo para as despesas de mais 30 dias.

Não estão trabalhando devido à não possiblidade (não querem de forma alguma trabalhar ilegalmente, e em um subemprego), e a renda que têm no Brasil (de 2 apartamentos que alugam), não paga nem metade das despesas fixas aqui.

A dura realidade da imigração atingiu Rafael e Ana em cheio. Ela é muito distante daquela que os influenciadores que eles seguiam, retratavam. A sensação de medo, insegurança, abandono e impotência diante das dificuldades crescentes os assola, e eles começam a se questionar se realmente fizeram a escolha certa ao deixar tudo para trás.

A jornada da família de Rafael nos Estados Unidos, que deveria ser a realização de um sonho, se transformou em um pesadelo, evidenciando a importância crucial de obter informações reais, precisas, confiáveis e completas antes de tomar uma decisão tão impactante. A distorção da realidade pelos influenciadores digitais, por mais bem-intencionada que seja, pode ter consequências devastadoras na vida de uma pessoa, ou de uma familia inteira.

Me permita te fazer uma última pergunta sobre algo que realmente me incomoda: você realmente acredita nas informações superficiais, irreais, e até mesmo falsas sobre a vida nos EUA, que influenciadores digitais espalham na internet sem qualquer responsabilidade?

Quer saber quais são alguns dos motivos que influenciadores digitais divulgam informações erradas, mentirosas, falsas, e como e onde você pode obter informações de qualidade, verdadeiras e reais sobre como imigrar, como se preparar para mudar para os EUA, e como começar a sua jornada por aqui?

Fique ligado no próximo artigo dessa nossa serie, “O Sonho Americano: A Verdade por trás da Mídias Sociais”.

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*(os nomes e os eventos descritos nessa história, são completamente ficcionais, para ilustrar uma realidade muito comum e triste vivida por milhares de brasileiros que imigram para os EUA, todos os meses)